Antônio Dias Júnior

Dias Júnior

Artista Visual

Sobre

Antônio Dias Júnior nasceu na Amazônia em 1997 na cidade de Abaetetuba-Pará. Possui formação técnica em assistente de dramaturgia pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Atualmente, estuda e trabalha em Belém e é graduando do curso de bacharel em artes visuais pela Universidade Federal do Pará.

Ao entrar no curso de artes, participou de exposições em conjunto feitas na Faculdade de Artes Visuais no ano de 2019 e neste mesmo ano participou da performance "ginástica da pele" de Berna Reale. Em 2022, esteve presente no processo da construção do mural em homenagem aos 100 anos da obra "Ulysses" de James Joyce, realizado pela embaixada da Irlanda no Brasil. Atuou também como bolsista/estagiário no ateliê do artista Éder Oliveira, e em 2023 obteve primeira colocação no prêmio novos contemporâneos além de participar da feira do SP artes rotas brasileiras junto ao arte Pará, e este mesmo ano esteve presente na exposição da 48° edição do projeto circular "Pra ficar de olho" e da exposição em grupo da sala kanamboji que aconteceu no encontro de mulheres negras do Pará, sediada no centur (Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves).

Suas técnicas e poética se desenvolveram durante o ano de 2021. Em seu trabalho são dispostos suportes como papéis, telas, e em suas técnicas são utilizados óleos e grafites colocados em forma de símbolos e letras, assim também como uso de emblemas, carimbos e colagens.

As pesquisas de seus trabalhos são baseadas no olhar do artista ao seu modo de vida, uma visão muito pessoal de um rapaz negro, que saiu de uma cidade do interior para morar na periferia de Belém e estudar artes em uma das grandes capitais da Amazônia. Geralmente em seus trabalhos são retratados trabalhadores, jovens negros e a denúncia da violência policial, a pesquisa evidencia o povo amazônico, pessoas que estão à margem da sociedade e suas singularidades.

Trabalhos e Séries

Série "Realidades e a violência normalizada". Composta por pinturas, colagens e grafite sobre papel, 2022. Nesta série trato sobre questões que são abusivas na sociedade, como violência policial em corpos negros, exploração e mais-valia. Para tanto, incorporo também trabalhos que falam sobre a visão suburbana dentro dos ônibus, barcos e nas ruas, além de mostrar pessoas que vivem à margem da sociedade e trabalhadores informais. A representação de recortes do cotidiano tem por objetivo reforçar como a violência sistematizada (perpetrada em um ciclo histórico marcado por exploração, genocídio e escravidão) contribui para que se torne “aceitáveis” tais condutas no dia a dia. A técnica usada é predominantemente pintura à óleo com incorporação de grafite, além de colagens, iconografias e textos.

sem titulo, 2022, óleo sobre papel, 35x48

Série "Garis" composta por óleo sobre tela. Nesta série são retratados trabalhadores, profissionais, responsáveis por limpar as ruas, praças e até mesmo a frente das casas. As obras desta série são pinturas feitas à óleo e grafite sobre tela, mostrando a realidade e a forma como este segmento de profissionais é pouco valorizado. As obras buscam promover uma reflexão sobre as discrepâncias de tratamento dado a diferentes categorias profissionais como, por exemplo, a dos médicos ou enfermeiro, já que que o ofício de limpeza urbana é também tão importante para a saúde pública. A série traz também uma pauta racial, mostrando que estes garis tão desvalorizados são, em sua grande maioria, pessoas negras ou pardas, de baixa escolaridade e oriundas de uma camada social pobre.

sem titulo, 2023, óleo sobre tela, 30x40cm

Série "eu sou a plebe" composta por óleo sobre tela, 2023. Nesta série o artista se autorretrata, porém com vários Rostos ao seu redor. Tem como objetivo trazer um auto entendimento social correlação ao artista e o lugar onde atualmente vive, se abrangendo aos trabalhadores que moram nas periferias no qual se retrata não apenas como um único indivíduo, mas como componente de uma camada social que é maior que ele a partir do seu ponto de vista.

Eu sou a ralé, 2023, óleo sobre tela, 40x50 cm

Eu sou a gentalha, 2023, óleo sobre tela, 40x50 cm

Eu sou o proletariado, 2023, óleo sobre tela, 40x50 cm

Série "Rostos conhecidos" composta por óleo sobre papel, 2023 propõe o debate sobre temas como representatividade, aceitação e racialidade e outras questões correlatas dentro do contexto amazônico. Neste sentido, ressaltando a importância de falar sobe autoafirmação dos nortistas em especial os periféricos, pois em âmbito nacional o Norte é a região mais esquecida e mais "exotizada" do país. Dessa forma, nós é apresentados personagens que lembram parentes, amigos ou vizinhos algum rosto conhecido, mesmo que o espectador nunca tenha o visto, pode lembrar alguém, assim ressaltando nossa beleza autoaceitação e o autocuidado enquanto cidadãos amazônicos.

sem titulo, 2023, óleo sobre papel, 30x42cm

Série "Estudos da humanidade" desenhos em grafite, 2022

Nesta série trato de meu primeiro estudo/experimento sobre a origem humana, que se desdobra em uma investigação de minha própria ancestralidade envolvendo conhecimentos nas áreas de paleontologia, arqueologia, antropologia e genética, além de estudos sociais como linguística, história e sociologia. Apesar de conter generalizações de informações de artigos científicos, a obra se oferece de modo didático, pois funciona como um mapa mental com desenhos, iconografias e textos informativos sobre a trajetória humana e negra, com o objetivo de trazer reflexão da perspetiva de mundo do expectador.

sem titulo, 2021, GRAFITE sobre papel, A4

Série "Pessoas da Amazônia" desenhos em grafite

Esta série é construída por desenhos de pessoas em seu ambiente e estado natural, em pontos de ônibus ou portos de balsas, cenas muito comuns na Amazônia Paraense onde vivo, e essas imagens são desenhos de moradores da capital ou no interior esperando por algum meio de transporte como barco, ônibus, navios. Desse modo, tento acostar usando alguns conceitos da semiótica entre semelhanças de um povo tão variado dentro de um estado tão grande e serve como trabalho de observação em minhas viagens pelo meu próprio estado, o Pará.

sem titulo, 2023, GRAFITE sobre papel, A3

Exposições

Exposição da feira do SP arte Rotas brasileiras, junto ao arte Pará

Exposição em grupo da sala kanamboji que aconteceu no encontro de mulheres negras do Pará no ano de 2023 cediada no centur(Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves)